Thursday, January 26, 2012

Empresas investem em tecnologia e desenvolvimento de borracha à base de cana de açúcar, em substituição ao petróleo, para fabricação, já em 2015, de pneus e de outros produtos como adesivos, revestimentos e selantes.


BORRACHA DE CANA
Considerado por especialistas um dos principais vilões quando o assunto é impacto ambiental, o setor do transporte rodoviário tem procurado reduzir os reflexos da atividade no meio ambiente, principalmente para reverter a imagem pouco positiva causada atualmente por quem polui. Neste cenário, a indústria de pneus – tendo como aliado o setor químico – tem se movimentado ao mercado para apresentar ao mercado pneus ‘mais verdes’, que dependam menos de recursos naturais para sua produção.
De olho nesta demanda, a Lanxess – empresa alemã que atua no setor químico – está desenvolvendo componentes não derivados de petróleo para atender o setor. O destaque fica por conta da primeira borracha de Etileno Propileno Dieno (EPDM) a base de cana de açúcar. Esta é a primeira vez que o componente, com diversas aplicações no setor automotivo – inclusive em pneus - será produzido por meio da desidratação do etanol. Até então o produto era composto por derivados fósseis.
Estimativas da companhia apontam que da produção total de pneus até 2015, prevista em dois bilhões de unidades em todo o mundo, 50% devem ser feitos com componentes que agridam menos ao meio ambiente. Hoje, dos 1,6 bilhão de produtos saídos das fábricas, 35% são “verdes”. Este aumento deverá acontecer, principalmente, devido a legislação de rotulagem de pneus que exigirá borrachas de alta performance na produção e que passará a vigorar na União Européia nos próximos anos.
Ainda segundo a empresa, a procura por este tipo de componente deve crescer inda mais, já que medidas semelhantes às adotadas por paises europeus estão em discussão no Brasil, nos Estados Unidos e na China.
Outras empresas que estão colocando suas expectativas em componentes sustentáveis para a produção de pneus são a Michelin e a Amyris, companhias que atuam na área de produtos químicos renováveis e combustíveis. Ambas acabaram de formalizar um acordo de colaboração para o desenvolvimento e a comercialização do isopreno – um dos principais componentes químicos em pneus e outros produtos que utilizam borrachas naturais e sintéticas. Com a parceria, as duas empresas compartilharão os custos e os recursos técnicos para desenvolver a tecnologia necessária para a produção do isopreno a partir de matérias – primas renováveis. Hoje, o componente é derivado do petróleo.
A expectativa é que a comercialização deste componente para uso em pneus e outras aplicações como em adesivos, revestimentos e selantes seja iniciada em 2015.
Sendo assim, a Michelin está comprometida com o escoamento de volumes do produto durante dez anos. Já a Amyris detém o direito de vender seu isopreno de fontes renováveis para outros clientes.
Texto: Elizabete Vasconcelos

Votuporanga, 13/12/2011
Fonte: Revista O Carreteiro, Ano XLI - Edição 445 

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